A noite na festa do peão estava pegando fogo. Muita gente, muita música, muita cerveja. Kadu estava em roda com alguns amigos que não via há tempo, falando besteiras e rindo alto. Enquanto isso, Hérika — como sempre, provocante, linda, com aquela sainha de couro apertada e as pernas brancas chamando atenção até da lua — parecia um pouco entediada.
Ela se aproximou dele com um sorriso preguiçoso:
— Amor… vou lá pegar uma bebida, tá? Aqui tá chato.
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Ele assentiu, distraído, e voltou a conversar. Quando levantou os olhos, a viu ao longe, já se afastando, trocando risadas com um homem que ele não conhecia. Um peão com chapéu branco, jeans apertado e jeito folgado.
Kadu observou. Primeiro com um ar de indiferença. Depois, de leve incômodo. Mas logo se distraiu de novo com os amigos.
Só que… quando olhou de novo, ela tinha sumido.
— Ué… — murmurou. Deu uma olhada rápida ao redor, esticou o pescoço. Nada.
Continuou mais uns minutos na conversa, mas a inquietação crescia. A imagem dela rindo com aquele cara começou a se repetir na mente dele. Será que ela sumiu com ele? Será que foi só buscar bebida mesmo?
Desculpou-se dos amigos e foi procurar. Andou por todos os cantos. Pela barraca de bebida, pelo espaço dos shows, pelo lado dos banheiros. Nada.
A mente de Kadu começou a entrar em ebulição.
“E se ela tivesse ido pra algum lugar com aquele cara?”
“E se ele a levou pro carro, ou pra trás dos caminhões?”
“Será que ela se empolgou? Será que deixou? Será que provocou?”
E o pau… duro. Só de imaginar. Só de pensar na possibilidade. O ciúme queimava o peito, mas o tesão era ainda mais cruel. A imagem dela com a sainha levantada, as pernas expostas, gemendo no ouvido de um desconhecido. Maldito pensamento. Maldita imaginação.
Finalmente, depois de quase meia hora, ele a viu voltando com duas latinhas na mão e aquele sorrisinho de quem não tem pressa pra nada.
— Ué, onde você estava? — perguntou, tentando manter a calma.
— Na fila, né amor? Tá lotado ali… demorou um monte. Ainda fiquei esperando uma moça que derrubou a bebida dela…
— E o cara? Aquele cara que tava com você?
— Ah, aquele peão sem noção? Ficou me cantando, mas eu cortei logo. Falei que tava com meu namorado e pronto.
Ela respondeu com a voz firme. Mas desviou o olhar. Só por um segundo. Ou será que foi só impressão dele?
Kadu sentiu o sangue ferver.
— Hérika, hoje você não sai mais de perto de mim. Entendeu?
Ela riu, provocante. Deu um gole na lata e depois encostou no peito dele, roçando os seios.
— Ué… tá com ciúmes, amor? — sussurrou no ouvido dele, com aquele tom malicioso que fazia ele perder o controle.
Ele não respondeu. Mas a mente continuava a martelar.
E se ela não cortou?
E se ela gostou de ser cantada?
E se deu uma voltinha com ele?
E se…?
Naquela noite, ele não a deixou sozinha nem por um segundo. Mas o que já tinha acontecido — ou não — era um fantasma delicioso que o assombraria com tesão por muitos dias.